
Mil metros parece muito, mas não… São apenas sete minutos e meio! Não podiam ser oito. Sete é o número dela, logo, nunca chegariam a ser oito. Nem podiam ser seis! São sete minutos e meio que separam os dois. Foi lá que a deitaram. Ela, vai caindo... Vai escorregando por aquele caminho abaixo, devagarinho e sem jeito... Até conseguir entrar, tacteando, naquele Mundo Especial.
Um Mundo Especial não é obrigatoriamente um mundo melhor, nem pior. É o mundo em que todos vivemos e onde experimentamos o que há de melhor, em que nos invade o que há de pior! Nele, vivem os nossos monstros e as nossas borboletas irrequietas (aquelas que moram naquela zona abaixo do peito, acima do ventre e que, por vezes, se põem a voar sem parar); moram as confusões e o turbilhão das palavras. Vivem silêncios melodiosos... Existem plantações de urtigas e estufas de túlipas coloridas. No nosso Mundo Especial somos nós!
Em sete minutos e meio esvai-se o fumo dum qualquer cigarro azul que ela fuma e esvai-se o tempo que vai encurtando a distância entre eles. Eles, mundos. Eles, eles!
Momento: Encontram-se sem trocar uma única palavra e sem fazer ruído (têm nuvens nos pés). Sorriem, com aquele ar que já não é desconhecido, numa rasteira de saborosa intimidade... E ficam lá os dois, mais ninguém, brincando que continuam separados por sete minutos e meio, fazendo pequenas cedências ao mundo dos outros, o qual têm que alimentar.
Sintam-se... A mil metros do chão...
2 comentários:
Vou mandar retirar todos os sinais de trânsito desse caminho para que a distância seja encurtada em 30 segundos, além de mandar pintar o céu em tons de azul (só hoje) para ser original…
Depois deixavam de ser sete minutos e meio...sete....o número dela!!!!!!
Ia perder a magia....
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