
Casa: edifício para habitação;
morada, moradia, mansão, lar, vivenda;
domicílio;
prédio, estabelecimento, loja;
cada uma das divisões de uma habitação;
designação de algumas repartições públicas;
família, prole, estirpe, dinastia;
bens, haveres de uma família;
conjunto das pessoas adidas ao serviço particular de um chefe de Estado;
botoeira;
subdivisão de uma caixa, mapa, tabuleiro, etc. ;
lugar que um algarismo ocupa num número.
Sobre a Casa: entra-se, senta-se ou fica-se de pé; calados ou a falar. Casa é o local que chamamos de nosso, onde nos apetece estar, gritar, cantar, saltar, mudar mobílias de sítio, arrastá-las e fazer barulho. Onde existem momentos mudos. Onde comemos, bebemos, ou não comemos nem bebemos... Porque não apetece! Local de discussões e de transfusões de amor. E de sangue em formato utópico. Local de abrigo para amigos ou para a solidão. Sítio sito numa qualquer rua, ladeada por tantos edifícios cimentados a que tantos decidiram chamar de Lar. Lar, doce lar, já ouviram falar? O local reservado a Domingos de ronha, de meias a deslizar pelo chão e melodias pelo ar... A atravessar as quatro estações... CASA!
A Casa ( Da Weasel)
Era tudo quando ela me dizia,
"Benvindo a casa", numa voz bem calma
Acabado de entrar, pensava como reconfortava a alma
nunca tão poucas palavras tiveram tanto significado
e de repente era assim, do nada, um ser iluminado -
e tudo fazia sentido, respirar fazia sentido,
andar fazia sentido, todo o pequeno pormenor em pensamento perdido
era isto que realmente importava,
não qualquer outro tipo de gratificação
Não o quanto se ganha,
não o bem que dizem de nós não
um novo carro, não uma boa poupança,
nem sequer a família, ou a tal aliança: nada...
Apenas duas palavras, um artigo,
formavam a resposta universal
A minha pedra filosofal
Seguia para dentro do nosso pequeno universo
Um pouco disperso, pronto a ser submerso
Naquele mar de temperatura amena que a minha pequena
abria para mim sempre tranquila e serena, ena…
Tento ter a força para levar o que é meu
Sei que às vezes vai também um pouco de nós
Devo concordar que às vezes falta-nos a razão
Mas nego que há razões para nos sentirmos tão sós
Vem fazer de conta eu acredito em ti
Estar contigo é estar com o que julgas melhor
Nunca vamos ter o amor a rir para nós
Quando queremos nós ter um sorriso maior
Bem-vindo a casa dizia quando saia de dentro dela
O bonito paradoxo inventado por uma dama bela
Em dias que o tempo parou, gravou, dançou,
não tou capaz de ir atrás, mas vou
porque sou trapalhão, perdi a chave e já nem sei bem o caminho
nestes dias difusos em que ando sozinho e definho
à procura de uma casa nova do caixão até a cova
o percurso é duro em toda a linha, sempre à prova
o calor é um alimento que eu preciso
o amor é apenas um constante aviso
se sabes que eu não vivo dessa forma
tu sabes que eu não sinto dessa forma
Por isso escrevo na esperança que ela ouça o meu pedido
de desculpas, de Socorro,
de abrigo, não consigo
ver uma razão para continuar a viver sem a felicidade do meu lar
da minha casa, doce casa, já ouviram falar?
É o refúgio de uma mulher que deus ousou criar
Com o simples e único propósito de me abrigar
Não vejo a hora de voltar lá para dentro, faz frio cá for a
Faz tanto frio cá fora que eu já não vejo a hora...
Sintam-se... Em casa!
1 comentário:
[Ouvem-se estrondosas ovações]
E desde logo, realizam-se os primeiros comentários:
Se assim a adjectivamos, assim a sentimos. Casa… porque é isso que ela é – casa, sem necessidade para nenhuns adjectivos.
Porem, há alturas em que o tecto baixa sobre as nossas cabeças e a paredes encolhem, empurrando-mos, apertando-mos contras as próprias, sentimos os quartos a minguar provocando uma enorme falta de ar e uma vontade de sair para a rua, e não pensar no regresso, no chegar (voltar) a casa, largando-a, abandonando-a completamente mas levando sempre as chaves para poder voltar porque é sempre bom voltar, chegar, sentir, novamente a nossa casa.
Também há momentos que se estranha a vontade consecutiva de lá estagiar. De não querer arredar pé. De permanecer por ali nem que seja para olhar as paredes que por vezes andam ou esmagam, imaginado locais para colocar as fotografias representativas de momentos passados em casa ou noutro lugar qualquer. Mas são essas as paredes escolhidas para expor essas memórias guardadas em papel porque são as paredes da nossa casa - um largo traço da nossa cara.
Não há como a nossa casa, a nossa imagem transformada em imóvel porque casa é casa - a nossa própria casa…e é tão bom chegar até ela.
Eu, obedientemente, vou seguir o “conselho”, chegando e ficando por casa, deixando a mensagem: dar bons conselhos – as pessoas gostam de dar o que mais necessitam, considerando isto a mais profunda generosidade.
Ass: mero conhecido retornando ao anonimato
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