Ondula e deambula pelos seus pensamentos secretos, puros e húmidos e perde-se num caminho sem volta imediata. Sente-a ali ao lado, mas sabe que ela não está. Ouve-a galopar pelos seus dedos trémulos e os seus músculos contraídos, mas conhece-a distante. O seu cabelo ondulante escapa-lhe entre os dedos longos e queimados pelo Sol...
Está distante, porém, ali, à distância de um sinal invisível... Desde há muito, LIBERTA, solta e livre de preconceitos... Dela e dos outros, pois isso sim é a LIBERDADE!

Cavalo À Solta
Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve, breve
instante da loucura
Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa
Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo
Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.
Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo
Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura
ARY DOS SANTOS
Sintam-se.... Libertos e Livres de PRECONCEITOS!
1 comentário:
Em 1974, de punho cerrado, sentindo-se libertos, gritam: “25 de Abril sempre, fascismo nunca mais!” ao som de:
“Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade”
Em 2004, de punho igualmente cerrado, do cimo do palco, sentindo novos olhares, proclama:
“E no fundo para lembrar
que Abril não acabou;
Pois não é só uma data
mas o Futuro que começou"
Hoje, de mão aberta à procura do punho fechado, digo: - Obrigado 25 de Abril, agora ainda mais… para sempre, mais esta razão para jamais esquecer o Dia da Liberdade.
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