Largaram-me a mil metros do chão...
Parece muito, mas não!!! E sinto o meu corpo deslizar com o peso dos sonhos que levo às costas pelo caminho. Que levo no ventre do presente.
Devagarinho... Deslizo no pensamento, deslizo no mar, a andar... Deslizo no frio que está, na chuva que há-de vir... Caio no invisivel azul do futuro que é brilhante. Quando chegar, já passaram mil metros, mil anos..... E mil anos... Mil anos são pouco ou nada.......
v. int.,
escorregar brandamente;
resvalar;
derivar suavemente;
passar silenciosamente;
Sintam-se... A mil metros do chão!
4 comentários:
Feliz 2008! Vem brindar ao meu blog!
Gostei da foto,está descontraída e sensual!
beijinhos susana
Largaram-te mesmo a mil metros do chão? Espero que te tenham posto um pára-quedas... Olha, bom 2008, se tal possível for.
Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar
E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos
Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização
Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você
Chico Buarque
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